domingo, janeiro 29, 2012

Os cinco maiores arrependimentos dos pacientes terminais



Recentemente foi publicado nos Estados Unidos um livro que tem tudo para se transformar em um best seller daqueles que ajudam muita gente a mudar sua forma de enxergar a vida. The top five regrets of the dying (algo como “Os cinco principais arrependimentos de pacientes terminais”) foi escrito por Bonnie Ware, uma enfermeira especializada em cuidar de pessoas próximas da morte.

Para analisar a publicação, convidamos a Dra. Ana Cláudia Arantes – geriatra e especialista em cuidados paliativos do Einstein – que comentou, de acordo com a sua experiência no hospital, cada um dos arrependimentos levantados pela enfermeira americana. Confira abaixo.






1. Eu gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim

 

“À medida que a pessoa se dá conta das limitações e da progressão da doença, esse sentimento provoca uma necessidade de rever os caminhos escolhidos para a sua vida, agora reavaliados com o filtro da consciência da morte mais próxima”, explica Dra. Ana Cláudia. 

“É um sentimento muito frequente nessa fase. É como se, agora, pudessem entender que fizeram escolhas pelas outras pessoas e não por si mesmas. Na verdade, é uma atitude comum durante a vida. No geral, acabamos fazendo isso porque queremos ser amados e aceitos. O problema é quando deixamos de fazer as nossas próprias escolhas”, explica a médica.

“Muitas pessoas reclamam de que trabalharam a vida toda e que não viveram tudo o que gostariam de ter vivido, adiando para quando tiverem mais tempo depois de se aposentarem. Depois, quando envelhecem, reclamam que é quando chegam também as doenças e as dificuldades”, conta.

 

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto 

 

“Não é uma sensação que acontece somente com os doentes. É um dilema da vida moderna. Todo mundo reclama disso”, diz a geriatra.

“Mas o mais grave é quando se trabalha em algo que não se gosta. Quando a pessoa ganha dinheiro, mas é infeliz no dia a dia, sacrifica o que não volta mais: o tempo”, afirma. 

“Este sentimento fica mais grave no fim da vida porque as pessoas sentem que não têm mais esse tempo, por exemplo, pra pedir demissão e recomeçar”. 

 

3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos

 

“Quando estão próximas da morte, as pessoas tendem a ficar mais verdadeiras. Caem as máscaras de medo e de vergonha e a vontade de agradar. O que importa, nesta fase, é a sinceridade”, conta. 

“À medida que uma doença vai avançando, não é raro escutar que a pessoa fica mais carinhosa, mais doce. A doença tira a sombra da defesa, da proteção de si mesmo, da vingança. No fim, as pessoas percebem que essas coisas nem sempre foram necessárias”. 

“A maior parte das pessoas não quer ser esquecida, quer ser lembrada por coisas boas. Nesses momentos finais querem dizer que amam, que gostam, querem pedir desculpas e, principalmente, querem sentir-se amadas. Quando se dão conta da falta de tempo, querem dizer coisas boas para as pessoas”, explica a médica.

 

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos

 

“Nem sempre se tem histórias felizes com a própria família, mas com os amigos, sim. Os amigos são a família escolhida”, acredita a médica. “Ao lado dos amigos nós até vivemos fases difíceis, mas geralmente em uma relação de apoio”, explica.

“Não há nada de errado em ter uma família que não é legal. Quase todo mundo tem algum problema na família. Muitas vezes existe muita culpa nessa relação. Por isso, quando se tem pouco tempo de vida, muitas vezes o paciente quer preencher a cabeça e o tempo com coisas significativas e especiais, como os momentos com os amigos”. 

“Dependendo da doença, existe grande mudança da aparência corporal. Muitos não querem receber visitas e demonstrar fraquezas e fragilidades. Nesse momento, precisam sentir que não vão ser julgados e essa sensação remete aos amigos”, afirma. 

 

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz

 

“Esse arrependimento é uma conseqüência das outras escolhas. É um resumo dos outros para alguém que abriu mão da própria felicidade”.

“Não é uma questão de ser egoísta, mas é importante para as pessoas ter um compromisso com a realização do que elas são e do que elas podem ser. Precisam descobrir do que são capazes, o seu papel no mundo e nas relações. A pessoa realizada se faz feliz e faz as pessoas que estão ao seu lado felizes também”, explica. 

“A minha experiência mostra que esse arrependimento é muito mais dolorido entre as pessoas que tiveram chance de mudar alguma coisa. As pessoas que não tiveram tantos recursos disponíveis durante a vida e que precisaram lutar muito para viver, com pouca escolha, por exemplo, muitas vezes se desligam achando-se mais completas, mais em paz por terem realmente feito o melhor que podiam fazer. Para quem teve oportunidade de fazer diferente e não fez, geralmente é bem mais sofrido do ponto de vista existencial”, alerta. 

 

Dica da especialista

 

“O que fica bastante claro quando vejo histórias como essas é que as pessoas devem refletir sobre suas escolhas enquanto têm vida e tempo para fazê-las”.

“Minha dica é a seguinte: se você pensa que, no futuro, pode se arrepender do que está fazendo agora, talvez não deva fazer. Faça o caminho que te entregue paz no fim. Para que no fim da vida, você possa dizer feliz: eu faria tudo de novo, exatamente do mesmo jeito”.

De acordo com Dra. Ana Cláudia, livros como este podem ajudar as pessoas a refletirem melhor sobre suas escolhas e o modo como se relacionam com o mundo e consigo mesmas, se permitindo viver de uma forma melhor. “Ele nos mostra que as coisas importantes para nós devem ser feitas enquanto temos tempo”, conclui a médica.
 


Fonte: site - Hospital Israelita Albert Einstein, Publicado em janeiro de 2012

 

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Experimentação

Passaria noites inteiras sendo um deus e produzindo fantasmas, vultos, espíritos, movimentos, impressões (...)


lucas repetto

lucas repetto

lucas repetto

terça-feira, janeiro 17, 2012

Obrigado!

Para Felipe M.

Meu aniversário 2011

Allison Grant



Muito obrigado pelos bons-ótimos momentos que você proporcionou na minha vida.

Pelos maus e de estranheza também um muito obrigado, pois crescemos são com as dificuldades!

(Pensando por este lado então não houve maus momentos e sim momentos necessários.)

 

Qual o seu pior pesadelo?

imagem da internet

Pilastras e vermes

Guy Laramee


Vejam as pilastras destas cavernas, há vermes. Estes são frutos de péssimos atos da vida corpórea de vocês. É resultado de maus pensamentos. Estas pilastras são à base do mundo em que vivem, mas também podem ser comparadas aos seus corações. 

Destes que vivem da luz, vemos ai outra base de conhecimento que podemos abordar. Muitos vermes podem ser muito mais produzidos mesmo que involuntariamente pela força de quem também tem conhecimento...


Seio

Răzvan Boar


Veja o seio da mulher, veja a mancha, veja como ela chora, veja a dor. Auxilia ela, dai graças ao Pai por ela.


domingo, janeiro 15, 2012

A hora da união


De toda a parte chega o segredo de Deus;
Eis que todos correm, desconsertados.
Dele, por quem todas as almas estão sedentas,
Chega o grito do aguadeiro.

Todos bebem o leite da generosidade divina
E querem agora conhecer o seio de sua nutriz.
Apartados, anseiam por ver
O momento do encontro e da união.

A cada nascer do sol oram juntos
Muçulmanos, cristãos, judeus.
Abençoado todo aquele em cujo coração
Ressoa o grito celeste que chama: Vem!

Limpa bem teus ouvidos
E recebe nítida essa voz
- o som do céu chega como um sussurro.

Não manche teus olhos
Com a face dos homens
- vê que chega o imperador da vida eterna.

Se te turvaram os olhos,
lava-os com lágrimas,
pois nelas encontrarás
a cura de teus males.

Acaba de chegar do Egito
Uma caravana de açúcar
- já se ouvem os sinos e os passos cansados.

Silêncio!
Eis que chega o Rei
para completar o poema.

Tradução: José Jorge de Carvalho

sexta-feira, janeiro 13, 2012

Cartas em silêncio

Wim Botha



As cartas serão escritas no primeiro momento em que ressoar o tino da vida contra a morte.

Se houve vida, mesmo que curta, haverá escritos. Caso ao contrário (...) Sangue!

E os escritos ficarão guardados pela existência apenas no coração.




quinta-feira, janeiro 12, 2012

Coleção de cacos

Já não coleciono selos. O mundo me inquizila.
Tem países demais, geografias demais.
Desisto.
Nunca chegaria a ter um álbum igual ao do Dr. Grisolia,
orgulho da cidade.
E toda gente coleciona
os mesmos pedacinhos de papel.
Agora coleciono cacos de louça
quebrada há muito tempo.
Cacos novos não servem.
Brancos também não.
Têm de ser coloridos e vetustos,
desenterrados — faço questão — da horta.
Guardo uma fortuna em rosinhas estilhaçadas,
restos de flores não conhecidas.
Tão pouco: só o roxo não delineado,
o carmezim absoluto,
o verde não sabendo
a que xícara serviu.
Mas eu refaço a flor por sua cor,
e é só minha tal flor, se a cor é minha
no caco de tigela.

O caco vem da terra como fruto
a me aguardar, segredo
que morta cozinheira ali depôs
para que um dia eu o desvendasse.
Lavrar, lavrar com mãos impacientes
um ouro desprezado
por todos da família. Bichos pequeninos
fogem de revolvido lar subterrâneo.
Vidros agressivos
ferem os dedos, preço
de descobrimento:
a coleção e seu sinal de sangue;
a coleção e seu risco de tétano;
a coleção que nenhum outro imita.
Escondo-a de José, por que não ria
nem jogue fora esse museu de sonho.

No fim sou eu e a dor.

Nicola Samorì

quarta-feira, janeiro 11, 2012

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Todo artista é um clone de Deus.


E toda arte uma pálida tentativa de expressar a linguagem do Absoluto que ressoa no mais intimo de nós, permitindo-nos mirar o real pela ótica da estética.

Só hoje

Carlos Pereira



Permita-se apenas hoje a auto-obsessão. Sentir é permitido - só não é permitido desespera(r)nçar o coração e toda sua legião de sentimentos.



Olhe para o céu! O que vê?

Henrik Aarrestad Uldalen



Mas vá além do literal. 
Existe uma eternidade para alcançarmos e este círculo de ganhos e perdas deve nos fazer crescer; virar uma bela arte final ou uma grande peça de teatro com nosso final feliz.

sexta-feira, janeiro 06, 2012

O café e o girassol

Café com girassol - óleo sobre tela 40 X 50 cm Artista: Jorge G. Andrade Franco


O chão estava cinzento assim como o meu amanhecer, foi quando ao léu jogados havia o café e o girassol. Meu dia acendeu-se como uma lamparina em meio à tempestade. Depois de tudo ainda um pão de queijo.

Uai!

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Infância

E volta sempre a infância
com suas íntimas, fundas amarguras.
Oh! por que não esquecer
as amarguras
e somente lembrar o que foi suave
ao nosso coração de seis anos?
 
A misteriosa infância
ficou naquele quarto em desordem,
nos soluços de nossa mãe
junto ao leito onde arqueja uma criança;
 
nos sobrecenhos de nosso pai
examinando o termomêtro: a febre subiu;
e no beijo de despedida à irmãzinha
à hora mais fria da madrugada.
 
A infância melancólica
ficou naqueles longos dias iguais,
a olhar o rio no quintal horas inteiras,
a ouvir o gemido dos bambus verde-negros
em luta sempre contra as ventanias!
 
A infância inquieta
ficou no medo da noite
quando a lamparina vacilava mortiça
e ao derredor tudo crescia escuro, escuro...
 
A menininha ríspida
nunca disse a ninguém que tinha medo,
porém Deus sabe como seu coração batia no escuro,
Deus sabe como seu coração ficou para sempre diante da vida
— batendo, batendo assombrado!


Publicado: Prisioneiro da Noite (1941)