Parabéns do Risco Entrelinhas a Madame Curie, ícone da ciência e que merece todos os prestígios por sua vida dedicada a humanidade.
Única pessoa a receber 2 prêmios Nobel em
áreas científicas.
Nasceu
na atual capital da Polónia, em Varsóvia, a 7 de Novembro de 1867, altura em
que a mesma fazia parte do Império Russo. Com o auxílio financeiro de sua
irmã mudou-se já na juventude para Paris. Licenciou-se em primeiro lugar em
Ciências Matemáticas e Física, na Sorbonne. Foi a primeira mulher a lecionar
neste prestigiado estabelecimento de ensino.
Casou-se
em 1895 com Pierre Curie, professor de Física, tendo então adotado o nome
de Marie Curie. Em 1896, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações,
por ele descobertas, emitidas pelos sais de urânio. Juntamente com o seu
marido, Marie começou, então, a estudar os materiais que produziam esta
radiação, procurando novos elementos que, segundo a hipótese que os dois
defendiam, deveriam existir em determinados minérios como a pechblenda (que
tinha a curiosa característica de emitir mais radiação que o urânio que dela
era extraído).
Efetivamente,
em 1898 deduziram essa explicação: haveria, com certeza, na pechblenda, algum
componente que libertava mais energia que o urânio; em 26 de Dezembro
desse ano, Marie Curie anunciava a descoberta dessa nova substância à Academia
de Ciências de Paris.
Após
vários anos de trabalho constante, através da concentração de várias classes de
pechblenda, isolaram dois novos elementos químicos. O primeiro foi nomeado
Polónio, em homenagem à sua terra Natal, e o outro Rádio, devido à sua intensa
radiação, do qual conseguiram obter em 1902 0,1 g.
Posteriormente
partindo de oito toneladas de pechblenda, obtiveram mais 1 g de sal de Rádio. Nunca
patentearam o processo de obtenção desenvolvido. Os termos radioativo e
radioatividade foram inventados pelo casal para caracterizar a energia liberada
espontaneamente por este novo elemento químico.
Com
Pierre Curie e Antoine Henri Becquerel, recebeu o Prémio Nobel da Física, em
1903 "em reconhecimento pelos extraordinários serviços obtidos em suas
investigações conjuntas sobre os fenómenos da radiação, descoberta por Henri Becquerel".
Foi a primeira mulher a receber tal prémio.
Oito
anos depois recebeu o prémio Nobel da Química em 1911 «em reconhecimento pelos
seus serviços para o avanço da química, pela descoberta dos elementos
rádio e polónio, o isolamento do rádio e o estudo da natureza dos compostos
deste elemento». Com uma atitude desinteressada, não patenteou o processo de
isolamento do rádio, permitindo a investigação das propriedades deste elemento
por toda a comunidade científica.
O
prémio Nobel da Química foi-lhe atribuído no mesmo ano em que a Academia de
Ciências de Paris a rejeitou para sócia, após uma votação ganha por Edouard
Branly, tendo perdido a admissão apenas por um voto. Foi a primeira pessoa a
receber dois Prémios Nobel em campos diferentes. A única outra pessoa, até
hoje, foi Linus Pauling.
No
entanto, Marie Curie foi a única pessoa a receber dois prémios Nobel em áreas
científicas. Em 1906, sucedeu ao seu marido na cadeira de Física Geral, na
Sorbonne.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Em 1921 visitou os Estados Unidos, onde foi recebida triunfalmente. O motivo da viagem era arrecadar fundos para a pesquisa. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que usavam material radioativo sem precauções.
Foi
ainda a fundadora do Instituto do Rádio, em Paris, onde se formaram cientistas
de importância reconhecida. Em 1922 tornou-se membro associado livre da
Academia de Medicina.
Marie
Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934 de leucemia, devido,
seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. A sua filha
mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu pela mãe o segundo Prémio Nobel da
Química, em 1935, que lhe foi atribuído no ano seguinte à
sua morte.
O seu
livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a
título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores dos estudos
relacionados com a Radioactividade clássica.
Em
1995 seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris,
tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.
A sua
filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, que foi
amplamente traduzida em vários idiomas. Em Portugal, é editada pela
editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem ao argumento de um
filme de 1943: "Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer
Garson no papel de Marie.
Foram
também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than
Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune fille"
(1965), além de uma mini-série francesa, "Marie Curie, une femme
honorable" (1991).
O
elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi baptizado em honra do Casal Curie.
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