Para Paulo Carvalho (Pretty), por mais um ano.
De lucas repetto.
O médico franze o cenho
e em voz baixa, num cochicho,
diz é coisa grave,
pode morrer.
A casa emudece. Pétalas
tombam do vaso, na toalha.
A mãe de Lico chora, chora
e depois se cala.
O pai se levanta
e parte, após muita espera.
E volta tarde, bem tarde:
arrasta um arco-íris
de primavera.
— Pra ti, guri.
E Lico sara,
abre um sorriso
está feliz, bem se vê,
e eu imagino um jeito
de adoecer.
Fragmento: Restos de arco-íris — Sérgio Caparelli
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