Caríssima irmã,
Há muito não lhe escrevo, pois andava ocupado com minha ópera,
mas como agora tenho tempo, estarei mais atento a esse meu dever. A ópera, Deus
seja louvado, é um sucesso, pois todas as noites o teatro está cheio, para o
grande espanto de todos, pois várias pessoas dizem que, desde que estou em Milão,
nunca viram tamanhas multidões em uma primeira ópera. Papai e eu, graças a
Deus, estamos bem, e espero que na Páscoa já possa contar tudo pessoalmente a
você e a mamãe. Addio. Beijo a mão de mamãe. A propósito! Ontem a copista nos
chamou e disse ter recebido ordens de transcrever minha ópera para a corte de
Lisboa. Enquanto isso, adeus, minha querida mademoiselle irmã. Tenho a honra de
ser, e continuar sendo por toda eternidade,
seu fiel irmão.
(ano 1770)
Fragmento: As vidas Ilustradas dos Grandes Compositores
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