terça-feira, abril 24, 2012

Auto-Retrato


Toda uma vida em mil sonetos...
Mais hum pra ser exata em minhas contas.
Posso me orgulhar dos meus quartetos
E algumas chaves, se o ouro me descontas

Se não cheguem a ser fechos dourados,

Também algumas pobres rimas falsas
Sem contar os lamentáveis pés quebrados
Com que tenho dançado algumas valsas.

No final, o conjunto é até bem posto

Conquanto discutível no detalhe
E mesmo anacrônico no gosto.

Mas quê importa? Cantei-me para mim,

É risível, eu sei, nem bem me calhe
Sincero auto-retrato, tanto assim...


Fragmento: Alma Welt

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